Projeto em desenvolvimento: “POETIZANDO”
Segunda etapa do projeto anual de trabalho: E ENTÃO, “ERA UMA VEZ”... “E QUEM QUISER QUE CONTE OUTRA”.
“Por que motivo às crianças de modo geral, são poetas e,
com o tempo, deixam de sê-lo? ”
Carlos Drummond de Andrade
Por que razão este questionamento do grande poeta Carlos Drummond de Andrade, em 1974, parece-nos ainda tão atual? Para ilustrar e ampliar as possíveis respostas à questão que Drummond nos faz, podemos recorrer ao livro de Vânia Maria Resende intitulado: “Literatura Infantil & Juvenil: vivências de leitura e expressão criadora”, neste texto:
A afetividade que existe na relação da educadora com as crianças menores, na escola, é decisiva para introduzi-las no mundo fantasioso e emocionante das histórias, dos poemas, dos jogos, das cantigas, dos brinquedos folclóricos e de músicas acessíveis à sensibilidade infantil. Educador e criança farão parte de uma mesma realidade que integra os sentidos, as ideias, as fantasias e as emoções.
Assim, educadores desde a creche devem ser sensíveis, durante a experiência escolar, à manutenção da espontaneidade poética e à abertura para o jogo sonoro e semântico que tanto as crianças apreciam. E, para tanto, há que se construir o ser poético também em adultos, educadores, que não tiveram contato mais estreito com a poesia.
"Poesia é descoberta das coisas que eu nunca vi."
Oswald de Andrade
A definição do escritor brasileiro Oswald de Andrade (1890-1954) se encaixa perfeitamente no que os textos do gênero podem representar para os pequenos que estão descobrindo as possibilidades da linguagem e da oralidade. Organizar frequentemente leitura de versos em voz alta para as crianças e ensiná-las a recitar é uma maneira de propiciar a ampliação do universo discursivo deles. "A poesia tem características, como a musicalidade e a rima, que despertam o interesse das crianças pelas palavras, mesmo que elas ainda não saibam escrevê-las", diz Adriana Sobhie
O contato estabelecido pelas crianças com o material poético pode ocorrer desde cedo: eles se relacionam com poemas ao se movimentar no ritmo de uma canção, por exemplo. Afinal, um poema acompanhado de instrumentos é música. E eles mesmos têm seus momentos poéticos, quando brincam de rimar com elementos do cotidiano, como "O pincel caiu em cima do pastel cheio de mel".
Para desenvolver a oralidade, também vale usar as adivinhas, como "O que é, o que é, quanto mais curto for, mais rápido é?" (o tempo). Breves e simples, são de fáceis memorização. Parlendas, como "amanhã é domingo, pede cachimbo...", costumam apresentar frases na ordem direta, o que facilita a repetição também. Já os trava-línguas são interessantes por serem complicados: os pequenos não resistem ao desafio de dizer, por exemplo, "O rato rasgou a roupa do rei de Roma" corretamente e, à medida que vão acertando, acelerarem o ritmo da pronúncia.
Após todos estes argumentos, que tal “poetizar” com seu filho?
Todos os dias às 9h30min estaremos poetizando na creche, venha participar.
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